segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010











(Desculpem-me pela falta de acentos nas palavras, mas os teclados americanos nao os tem)

Hoje, a tarefa ardua de cobrir 5 dias que parecem 10 no n osso tempo psicologico cai sobre meus ombros. Apos a "aula" de quarta que nossa amiga Erica relatou para voces com o professor que ficou conhecido entre nos como "evil countries" (paises ruins, em ingles), tivemos uma noite otima relembrando as perolas que ele soltou em aula, as quais prefiro nao mencionar por questoes eticas. Alguns "programas de indio" sao guardados na memoria como situacoes hilariantes, talvez esse seja um intento natural dos seres humanos, os quais sempre estao agindo e se relacionando sempre em busca da felicidade. Nao, isto nao e so uma ideia defendida por mim e por mais uns pocos dos ultimos romanticos e otimistas da face da Terra, aqui, nos EUA, isso tem ate base juridica, isso mesmo, na Declaracao de Independencia e o conceito de Pursuit of Happiness (busca pela/da felicidade) - "Life, liberty and the pursuit of happiness" (Declaration of Independence, 1776)- , mas enfim, vou deixar de filosofar e farei um rapido relato temporal do que vivemos nesse fim de semana imprevisivel.

Na quinta tivemos aula de facto como o habitualmente. A proveitosa aula do Dr. Moses sobre os indios Cherokees e os Appalachians (que nao sao indios para a surpresa da maior parte das pessoas) se deu de maneira interessante e com participacao intensa dos alunos, apesar do cansaco do professor nao tao acostumado com a exaustiva rodada de questionamentos. Tudo foi mais ou menos normal nesse dia, como vinha sendo antes da aula do "evil countries".

Na sexta tivemos o nosso segundo trabalho voluntario. Dessa vez fomos ao Voluntary Ministry Center, entidade filantropica nao-governamental que e parceira da populacao de moradores de rua de Knoxville e redondezas. Alem de fornecer alimentacao, o que geralmente ja satisfaz intituicoes do genero, o VMC da lazer, acompanhamento de servico social e tenta, com o consentimento do beneficiario, ajudar a remontar a vida do individuo. Isso se da pelo processo - que geralmente e curto - de vender uma casa popular a precos irrisorios ao morador de rua, algo que seja nao so possivel mas tambem plausivel nos limites do orcamento do individuo. Tambem ha uma rede social que ajuda os moradores de rua a conseguirem empregos, o que os ajuda a pagar a casa e a reconstruir uma vida digna que ha muito tempo nao tinham. La fizemos atividades variadas em dois principais grupos: uma grupo de limpeza e outro de lazer. O grupo da limpeza trabalhou na cozinha da instituicao limpando os locais e os materiais que sao usados nos servicos oferecidos a comunidade. Ja o outro grupo (eu incluido neste) se envolveu num jogo de bingo com os moradore de rua, tanto participando como jogadores quanto na producao do jogo. Atraves dessas experiencias conhecemos mais e melhor a vida das pessoas que sao beneficiadas com a instituicao e que tanto precisam de acoes voluntarias como as que fizemos. Alguns deles, apesar do que muitos pensavam, precisavam muito mais de atencao, de uma boa conversa (as vezes com um otimo nivel intelectual) ou de uma simples distracao do que de assistencia alimentar ou higienica. O VMC atraves de seus profissionais e voluntarios tenta fazer com que seus associados deixem possiveis vicios e/ou cm que se tratem de doencas, sendo ambos os fatores os mais determinantes para a mendicancia. Com a resolucao desses dois principais problemas a possibilidade de um dos atendidos pela instituicao remontar sua vida sustentavelmente e muito grande.

No sabado, como em todos os finais de semana, tinhamos uma viagem marcada, dessa vez seria para a Reserva dos Indios Cherokees no Parque Nacional das Smoky Mountains, na Carolina do Norte, estado na fronteira leste do Tennessee. Nesse parque tinhamos agendada uma visita a tribo, um encontro com o lider da tribo e a visita a um museu de historia apalache, ao mesmo tempo em que conheceriamos as montanhas. Porem, por condicoes climaticas adversas – neve e gelo (principalmente gelo) nas estradas – e o deslizamento de algumas rochas nos impediu de cumprir nosso roteiro. Com isso, tivemos que nos satisfazer com uma ida a cidade turistica de Gatlinburg, que ja fica na regiao das Smoky Mountains, no Tennessee ainda, mas que ja nos da uma ideia de como teria sido o ambiente que teriamos encontrado na reserva cherokee. A cidade e toda em estilo suico, tendo atracoes turisticas e comercios em todos os lugares, alem de uma estacao de ski (que vamos na quarta) e um teleferico com uma vista MARAVILHOSA de toda a cidade e das montanhas nevadas que a cercam. Apos a visita a Galinsburg demos nossa ultima passada no outlet e voltamos pro hotel com a esperanca de que no proximo dia as estradas estariam liberadas.

Contudo, nossas esperancas de entrar em contato com os Cherokees realmente nao puderam acontecer: as estradas continuavam fechadas e pior, o parque inteiro fechou pelas mesmas condicoes climaticas. Com isso, fomos aproveitar o dia de outra forma. Fomos a um restaurante com um tradicional cafe da manha sulista com muita carne, ovos, bacon e essas coisas gordurosas. E de la seguimos para o museu dos apalaches que felizmente nao ficava nas montanhas e estava aberto. La nos surpreendemos com a pobreza que encontramos. Nao imaginavamos as condicoes precarias nas quais os apalaches moravam. Eram casas de madeira e outros materiais como papelao e lama, pequenas e sem nenhum tipo de infraestrutura, quando muito tinham uma cama, uma mesinha e uma lareira, mas, como disse, “quando muito”. A “colonia” apalache era uma especia de fazendo onde se criavam os animais e plantavam-se os alimentos basicos para a sobrevivencia dos colonos. Condicoes comparaveis as mais pobres vilas rurais de um pais africano ou do Brasil mesmo. Casas piores que as das favelas cariocas. No museu, predio que nao fazia parte da vila apalache podemos ver a historia daquele vilarejo e os costumes daquele povo, com destaque tanto para lideres politicos do estado e do pais, quanto para cantores e compositores de musica country, muito famosa por aqui. Do museu de cultura apalache seguimos para uma represa local muito bonita onde pudemos sentir mais frio ainda devido ao vento das montanhas, a proximidade com a umidade do rio e ao comeco de uma geada (flocos de neve somente). De la viemos para o hotel onde descansamos um pouco e depois encontramos o professor Javier Corales, que nos falaria entao da politica estadunidense em relacao ao Brasil e a America Latina, mas, devido ao atraso de seu voo, nao tivemos a aula, somente o jantar, ja programado, num restaurante que nao tinhamos ido ainda na Old City. Depois do jantar os maiores de idade aqui (maiores de 21 anos de idade) foram a uma festa de Valentine’s Day enquanto o resto de nos retornamos ao hotel para entao, finalmente dormir.

Na segunda-feira, hoje, finalemente tivemos a tao esperada aula do Prof. Javier Corales sobre a as relacoes entre Brasil e Estados Unidos nos ultimos anos e sobre quais seriam as razoes para tal aproximacao tao repentina, uma aula perfeita para os muitos estudantes de Relacoes Internacionais do grupo como eu.

Como viram o topico foi GRANDE, mas apesar dos pesares consegui contar a maior parte das coisas que fizemos e das impressoes que tivemos nesses 5 dias vazios de postagens no blog. Sim, faz frio aqui, mas por ja estarmos acostumados nao parece que e tao frio como o termometro mostra, a nao ser quando o venta, o que tem acontecido bastante por aqui. E nessas horas que os cariocas do grupo ( Eu, Erica, Leonardo, Lorena e Ricardo) pensamos que poderiamos estar no Rio, em pleno carnaval, banda de ipanema, bola preta, agitacao e calor agradavel... ja sentimos saudades de casa, da familia e dos amigos, mas ao mesmo tempo nao queremos que a viagem acabe, pra ter nocao nos ja sentimos saudades dos lugares que ainda nem fomos (como NY e o show do David Guetta que vai ser em Washington) AUHuahuAHUAhAH. Faltando duas semanas para o termino do programa nos damos conta do que o que vai ficar em nossos coracoes com o fim da viagem e justamente esse sentimento: a saudade.
Julio Cesar.

3 comentários:

  1. Julio, já estava com inveja. Agora estou com mais ainda. Pena que o tempo não está ajudando, não é? O frio que tem feito é descomunal, mas fora uma viagem, o resto está no cronograma, não é?


    Gostei do poder de síntese!

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  2. Já estava ficando chateada porque você não fazia nenhuma narrativa dessa viajem, agora percebo que são tantos compromissos e tantas brigas com o tempo que ficaria impossível escrever sempre.
    Faço minhas as palavras da Vera Galante
    "Julio, já estava com inveja. Agora estou com mais ainda."
    Aproveite cada segundo com muita intensidade, mas com responsabilidade.

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  3. "E nessas horas que os cariocas do grupo ( Eu, Erica, Leonardo, Lorena e Ricardo) pensamos que poderiamos estar no Rio, em pleno carnaval, banda de ipanema, bola preta, agitacao e calor agradavel..."

    CALOR AGRADÁVEL???
    Não! Vc não sabe do que está falando Julio César!!!
    Nem o ar-condicionado aguenta tanto...


    Saudades de vc amiguinho... finalmente consegui ler suas palavras, e assim q vc voltar vamos nos ver pra vc contar tds as histórias que quiser!!!

    Bjxxx mil =P

    Isabelle Nobre.

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