terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Algumas considerações musicais

Bom, como nos student leaders tem gente de tudo quanto é canto e de tudo quanto é curso, achei que como sou aluna de música, seria legal dar meus relatos musicais sobre o que tem acontecido no programa até agora.

Na minha primeira visita ao departamento de música, a única coisa que eu conseguia pensar era: ‘Meu Deus. Que prédio gigante.’ No Brasil, os alunos de música sofrem com o mal do ‘serem jogados de lado’, em qualquer prédio que aparecer pela frente. Na UnB, nosso prédio chama SG. Porque antes de virar prédio da música, era o depósito dos Serviços Gerais. Ou seja, não temos uma estrutura lá muito voltada para a música, e nosso maior problema é a falta de lugar pra estudar (a árvore da praça acaba sendo o lugar mais disputado). Logo que cheguei no prédio da música da UT, me disseram que metade do prédio era apenas de salas para estudo. Na hora pensei: ‘Uau, meu sonho.’

Foi então que perambulando pelo prédio, encontrei a sala de ensaio da banda, e por sorte a banda estava ensaiando. Fiquei no canto assistindo, e pensando novamente: ‘Meu Deus. Que banda grande’. Ao final do ensaio, tive um bate-papo interessante com os alunos de clarineta (que aliás, é o meu instrumento) e descobri algumas coisas muito interessantes. O prédio, que era o prédio dos meus sonhos, está para ser demolido porque está velho. Na hora quase disse: ‘Quer doar pra UnB não??’. Descobri também que muito dos músicos da banda não são alunos do curso de música. Muitas pessoas saíram do ensino médio tocando algum instrumento, não quiseram fazer o curso de música, mas a UT oferece a banda, que é uma chance deles não pararem de tocar. Adorei isso. Os alunos foram todos muito, muito receptivos comigo e logo me levaram para conhecer o professor de clarineta, que foi muito atencioso também e me convidou para ensaiar com o coro de clarinetas na outra semana.

Durante a semana, antes de chegar o ensaio do coral de clarinetas, fiz bom uso das salas de estudo (logo descobri que elas são o lugar mais quente de Knoxville), que são abertas a toda hora (inclusive de madrugada!), e participei também de alguns ensaios da banda. Outra idéia genial que vi por aqui é a tática anti-furto de estantes de música (que também são meio que inexistentes na UnB depois de serem roubadas toda hora). Elas são amarradas por um cabo de aço na parede da sala de estudo. Quero ver alguém roubar.

Chegando no ensaio do coro, a primeira coisa que notei foi a quantidade de gente que toca clarineta aqui. A UT tem 21 alunos de clarineta. A UnB tem 6. E depois ainda fui informada que o departamento de música da UT não é considerado grande. Achei legal também que a UT compra muitos instrumentos caros (clarinetas baixo, clarinetas contrabaixo. Nunca tinha visto uma clarineta contrabaixo ao vivo.) que chegam a custar 15,000 dólares e deixam eles disponíveis para os alunos usarem. Esses instrumentos são bem raros (e caros), mas são super importantes para que o coral de clarinetas e a banda fiquem completos.

Meu balanço musical da UT é bem positivo até agora. A cultura musical daqui é bem diferente da brasileira, o acesso a música erudita é muito mais fácil (por meio das bandas de colégio de ensino médio) e o apoio e incentivo a música é muito diferente também. O Brasil e os Estados são muitos diferentes, mas uma coisa é certa. Mesmo com todas as dificuldades que existem para ser músico no Brasil, a gente nunca deixa isso interferir na nossa formação. E posso afirmar que com certeza, os músicos brasileiros, comparados com os americanos não deixam a desejar no quesito qualidade musical.

Na foto, coral de clarinetas da UT.

E isso aí. Saudações musicais!

Laura B.

3 comentários:

  1. Legal, Laura! De todos os do grupo, você é a única que pode carregar seu objeto de estudos com você, não é? Muito bom o intercâmbio musico-cultural! Bjs.

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  2. Muito legal esse relato. lembro que fiquei maluco com os pianos de calda da UT. Aproveite!

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