sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Esta semana, como todas as outras, tem sido muito intensa para nós no ITD.
Porém há duas coisas marcantes que eu gostaria de escrever aqui.
Ontem tivemos um encontro com a Juiza do caso em que assistimos o julgamento na semana passada.
No encontro tivemos a oportunidade de esclarecer duvidas que tínhamos sobre a justiça norte-americana e as diferenças entre as leis americanas e as de nossos países.
Uma coisa que me chamou bastante a atenção foi o fato de que apesar de muito diferente da justiça norte-americana, dos países da América do Sul, a justica brasileira e a que mais se parece com a justiça dos Estados Unidos.
Na Argentina e no Uruguai, por exemplo, não há júri popular, e ver um julgamento de um assassinato ser decidido por pessoas comuns deixou nossos colegas argentinos bastante perturbados, ao contrário de nós brasileiros, que temos o mesmo sistema para alguns casos.
Além disso, foi impressionante a disposição da juíza de disponibilizar de seu tempo, para esclarecer nossas duvidas, principalmente nesta semana, pois ainda esta acontecendo o julgamento.

Outro fato marcante na semana foi a aula de hoje sobre Hispânicos no Estados Unidos. O Professor levantou questões muito intrigantes, como, por exemplo, o que é ser latino-americano, por que os países da América Latina tem tantas diferenças e não são homogêneos. E a questão principal para nos brasileiros, foi `O Brasil faz parte da América Latina?` Porque em nenhum momento nos identificamos como latinos no Brasil? E interessante perceber o Brasil como um grande continente parcialmente isolado na América Latina, principalmente pelo fato de ser o único pais de língua portuguesa no continente. A aula de hoje foi realmente inspiradora e instigante, ate agora estou com a duvida na cabeca, por que nao nos consideramos latinos?

Ao longo do intercambio tenho aprendido muito com as aulas e palestras, mas o que realmente tem me impressionado é a convivência com outras nacionalidades, e como eu venho percebendo o quanto temos em comum e nem sabíamos, e ao mesmo tempo, o quanto temos de diferentes.

O aprendizado aqui é constante, seja na Universidade ou na Casa, ou em viagens, sempre há algo novo para aprender, e isso me deixa muito feliz por fazer parte de um programa como este.

Fabricio Freitas

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A (grande) casa do ITD

Ola, pessoal! Nas ultimas postagens, sempre falamos muito dos lugares e das experiencias que tivemos aqui nos EUA, mas acho que uma das partes mais importantes da nossa estadia merece destaque especial: a ITD House!

Uma casa muito engracada.


Localizada a duas ruas do centro de Amherst, essa mansao amarela de tres andares (se nao me falha a memoria, ela foi construida no seculo XIX) abriga os 20 Student Leaders latinoamericanos durante a maior parte do programa. Aqui dentro, uma infraestrutura completa com computadores para pesquisa, uma grande mesa de jantar, aquecimento completo para enfrentar o frio de ate -20 graus Celsius e um fantasma domestico (que habita os canos da calefacao e curte fazer musica no meio da madrugada)!

A casa tem 10 quartos e 6 banheiros, distribuidos nos andares superiores. Para o programa de 2014, los chicos y las chicas foram posicionados no terceiro e no segundo andares, respectivamente. Mas e claro que a maio parte do nosso tempo aqui e usada fora dos quartos convivendo nas areas comuns com nossos amigos Leaders e nossos convidados ocasionais (estudantes de diversas nacionalidades que estao aqui em Amherst). Em algumas noites, a sala de estar se torna uma grande mistura de ingles, portugues e espanhol, mas todos acabam se entendendo, bem ou mal.




Leaders felizes no sofa da ITD House.

Marcio Carvalho.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

NYC - Rockefeller Center

Já estamos na metade do SUSI agora e a saudade de casa já começa a bater, o que é um sentimento contraditório pois tudo aqui é tão bom que você não quer ir embora. 
As aulas são ótimas, os professores tem amplo conhecimento dos tópicos e são super abertos para perguntas, na verdade eles adoram a participação dos Students Leaders nas aulas. 
É um grupo muito diverso, desse modo sempre temos debates sobre os assuntos apresentados nas aulas, o que torna o intercâmbio cultural mais intenso do que eu poderia imaginar. 

Falando um pouco sobre New York City...
É uma cidade maravilhosa, passamos três dias lá, e posso dizer com certeza que não dá pra conhecer quase nada dessa Big Apple, mas tentamos aproveitar ao máximo nosso tempo lá.
ITD nos presenteou com ingressos para assistir o Fantasma da Ópera, o espetáculo é belíssimo e mesmo depois de já ter assistido o filme inúmeras vezes você ainda sente uma forte emoção com as canções. Os atores são incríveis bem como o cenário e figurino, tudo perfeito e pronto para emocionar a platéia. 

                                 

Também ganhamos ingressos para uma visita ao Empire State Building, fomos lá de madrugada (1 a.m.), e descobrimos o verdadeiro significado de morrer congelado, aprendemos a não menosprezar o vento de NY nessa brincadeira, mas a vista fez tudo valer a pena! (:





Tenho que admitir que a melhor parte de New York foi nossa ida ao Rockefeller Center, onde tive a oportunidade de pela primeira vez patinar no gelo.
Todos estavam com um pouco de receio pois ano passado uma SL quebrou o tornozelo quando patinava, mas isso não impediu ninguém de se divertir.
A experiência foi incrível, grande parte do grupo pode sentir na pele o frio do rinque de patinação, os tombos foram muitos. Felizmente todos saíram intactos apesar das quedas.
Eu descobri que patinar no gelo não é muito diferente de patinar com rodas, por isso não tive muitas dificuldades e me apaixonei pela prática, uma pena que não tenha nada parecido em minha cidade. :'(
Tivemos a sorte de ter entre os SL's um patinador profissional (ele quase entrou na equipe americana), então ele ensinou os movimentos básicos o que tornou essa experiência ainda mais extraordinária! 






segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Business + Dean's Beans

27/01/2014

Oi pessoal

Hoje de manhã tivemos duas aulas muito interessantes sobre negócios. 
A primeira aula foi ministrada pelo Professor Alan Robinson, que trabalha na Universidade de Massachusetts (UMass). Ele falou sobre inovações nos negócios.
O professor falou que em geral 80% das ideias vinham dos empregados que trabalhavam no dia a dia diretamente com a atividade, enquanto que apenas 40% das ideias vinham da administração. Então, a mensagem era a de que quando se gerencia algum setor, a pessoa encarregada deve ouvir os empregados que atuam diretamente na atividade. Isso porque eles conseguem ver problemas que a administração não consegue ver - aliás, sequer sabe que existem. E as soluções deles são muito criativas. São essas pequenas ideias, pequenas mudanças locais criadas de baixo que fazem a principal diferença num negócio. As ideias e projetos implementados pela administração também são importantes, mas são apenas uma parte das ideias criativas. Alguém encarregado de um setor deve ser criativo, bem como deve estimular a criatividade das pessoas que ali trabalham. 
Ele também falou sobre criatividade. A palavra chave era "serendipity": quando um incidente acontece com uma pessoa, e essa pessoa consegue entender o significado daquele evento, junta dois com dois, e cria algo com base naquilo que aconteceu. A criatividade está ligada a serendipity.
Também mencionou Leonardo da Vinci. "A person must exploit and also explore". Exploit é fazer o seu trabalho de maneira boa. É muito importante, mas não o suficiente. Deve-se também explorar, fazer atividades diferentes do normal, aprender novas coisas, viajar, ter ideias novas, criar projetos seus. Claro
 que deve haver um equilíbrio entre esses dois.
Essa foi a nossa primeira aula.

A segunda aula foi ministrada pelo Professor Robert Forrant, também da UMass. Ele foi muito didático. Fez um histórico do trabalho nos Estados Unidos. Como o ambiente de trabalho era antes da Revolução Industrial, e como ele mudou depois. Trouxe um texto de cada período, para contextualizar as duas situações. O primeiro texto mostrava o ritmo de trabalho antes, como antes os trabalhadores eram donos dos seus instrumentos de trabalho, tinham conhecimento do processo de produção dos artigos que produziam. Eles que tinham o conhecimento da atividade. Eles controlavam a velocidade de seu trabalho. Assim, eles tinham muito mais poder em relação ao chefe do que depois. O texto falava sobre vários intervalos das refeições que eles faziam - "ninguém se apressa na hora do bolo". O texto era muito ilustrativo. O segundo texto mostrava que agora o dono da fábrica que tinha poder sobre os empregados.
O professor mostrou diversas imagens do período, o que foi muito bom.

À tarde, fomos visitar o Dean's Beans - fábrica de café localizada na região. 


                                 



Dean nos recebeu muito bem.
Explicou a ideia por detrás de seu empreendimento, que é incrível. Nos dá esperança ver que um negócio pode ser socialmente construtivo, gerando lucro. 
O Dean's Beans compra café de diversos locais do mundo, como México, Brasil, Guatemala, Etiópia, Nova Guiné, Timor Leste, e muitos mais. Ele negocia com cooperativas de agricultores de regiões marginalizadas e que precisam de ajuda. Eles fazem fair trade. Além disso, eles criam projetos de desenvolvimento nos locais que compram café - regiões carentes.
Dean nos disse que as regiões que produzem café tem muitos problemas sociais. Esse é um dos motivos de ele trabalhar com café. Através dessa atividade se pode mudar a vida de pessoas. Isso é mudança social.
Achei incrível o modelo de trabalho do Dean's Beans. Conseguir mudanças sociais efetivas com um negócio é incrível. O Dean's Beans já recebeu vários prêmios pela sua incrível atuação.



Também nos mostraram o processo de produção do café. Vimos o local que eles recebiam os sacos de café, onde armazenavam por país e a máquina torrando o café.








Foi muito instrutivo.
Ao final, Dean nos deu um livro de sua autoria, chamado Javatrekker - que fala sobre fair trade coffee.
Nos serviram café e um doce muito inusitado: um grão de café torrado coberto com chocolate. 




Foi muito bom ver um negócio desse modelo, que aspira mudanças sociais e ainda consegue se manter. 
Acho que o trabalho do Dean's Beans inspirou a todos nós.

Vou colocar o link do site deles para quem quiser acessar: http://www.deansbeans.com/





Obs.: Um agradecimento especial hoje para a Paula Piña, nossa amiga do Chile, que tirou as fotos do Dean's Beans :)

Patrícia Soster Bortolotto
Então, retrocedendo um dia (inteligentemente confundi o dia -.- mas informação nunca é suficiente), vou agora falar do dia 23...

Na quinta-feira antes de ir a NY tínhamos aulas normalmente, mas naquele dia foram especialmente boas: girl power e esportes. Explico: uma aula foi sobre mulheres nos negócios e outro sobre liderança no mundo dos esportes, as duas palestras me deram uma nova perspectiva desses assuntos: tooop! 

Após essas aulinhas super instrutivas analisamos nossa produtividade ;) porque sim, eles se preocupam conosco e querem saber se estamos gostando do programa,e aí, é bom ou não é?

Mas enfim, também recebemos informações elementares acerca de NY, afinal nossa viagem era no dia seguinte, então, emocionados e curiosos ouvimos acerca da Big Apple :)

E não acaba aí, pois naquela noite houve... Txam txam txaaaaaam: brazilian night (and Uruguaian também), ou seja, nessa noite nós e os uruguaios tivemos a possibilidade de mostrar um pouquinho mais do que é nossa terrinha. 

Os uruguaios fizeram um doce chamado garrapiñada que era amendoim com uma calda de açúcar (bão demais da conta) e fizeram uma abordagem super engraçada do próprio país que falava de futebol e notícias engraçadas do ano passado. Foi muito bom ver o Uruguai dos olhos deles :)

O engraçado é que a gente estava muito sem inspiração do que fazer, as coisas pareciam não existir aqui (de minha parte queria poder fazer cuscuz com ovo ou charque com macaxeira hahaha), e acabamos fazendo o inesperado: coxinhaaaaaa! Pois é galera, pra quem não sabia coxinha é do Brasil, apesar de ser bem popular em Portugal. E claro, fizemos a sobremesa que está literalmente na boca do povo de todo o Brasil: brigadeiro! Não preciso dizer que foi só sucesso ;) e ninguém morreu com a comida (ufa!). Porém, "nem só de pão vivem os SUSI", também falamos um cadinho sobre o país: sobre o Brasil como um todo, sobre as regiões e cada um enfatizou no próprio estado (naturalmente :p) e ainda contemplamos os presentes com demonstrações de frevo, forró e samba! Somos multiculturais! E também mostramos um vídeo sobre o que os gringos pensam do Brasil que também era bem interessante e beeeem engraçado.

Enfim, com essa feliz noite de nostalgia fomos dormir muito feliz, entupidos de comida e ansiosos pelo dia seguinte.

Eu sou Clarissa, uma alagoana que confunde os dias de postar no blog e vou ficando por aqui.



Cá venho eu, Clarissa, em meio a nossas aventuras compartilhar mais emoções.

Bem, nessa sexta-feira dia 24 fomos a Nova Iorque ou New York para os mais desenrolados ;)
O fato é que animados nos preparamos no dia anterior para sair bem cedo e aproveitar o máximo que pudéssemos já na sexta, afinal a cidade que nunca dorme tinha muito a nos mostrar.
Então aproximadamente às 11:40 chegamos na famosa Big Apple e fomos diretamente assistir uma aula sobre o sistema eleitoral americano na Universidade da Cidade de Nova Iorque (City College of New York). Para quem não sabe eu gosto bastante desse assunto, eleições e coisas do gênero, e tendo eles um sistema basicamente bipartidário foi muito legal entender o assunto (e só ressaltando que estávamos na CCNY que é lindaaa). 

Em seguida fomos ao hotel que era muuuito bem localizado, então meio que dava para sair reconhecendo o território antes de nos encontrarmos para a programação que já estava definida, então eu e alguns SUSI fomos dar uma volta pela cidade, e vou ser sincera... Muuuuito linda! E o melhor, eu diria que é uma cidade à prova de gente lerda (como eu) então não tem como se perder :D eu já tinha ouvido isso, mas não tinha acreditado.

Demos uma volta: times square, o empire state por baixo entre outras coisas, e voltamos ao hotel para nos prepararmos para a grande atração da noite: Broadway - O fantasma da Ópera.

Não sei se sou eu que sou matutinha das Alagoas (isso é uma piada, as pessoas de Alagoas não são matutas), mas eu achei tudo lindo! Naturalmente que os autores cantavam muito bem, mas além da qualidade do elenco, toda a produção era sensacional. Após ouvir o choro dentre toda a plateia, saímos emocionados e fomos fazer um lanchinho pra fechar a noite.

Como deu pra ver, isso foi só o primeiro dia em Nova Iorque! Conhecimento, cultura e convivência constante entre os SUSI, cada vez fica melhor!

Eu sou Clarissa! Uma alagoana emocionada e encantada por Nova Iorque falando direto de Amherst.

New York

Tenho estado em falta com o blog, porem está muito dificil encontrar um tempo para postar.
A Organização do SUSI é excelente e temos tantas atividades para fazer, tanto para aprender, que o dia devia ter mais do que 24 horas...

Nesse meio tempo fomos a Corte Americana para ver um julgamento real e as diferenças entre a justiça norte-americana e a dos países da América do Sul. Apesar das diferenças, percebi que somos mais similares do que eu pensava. Em nenhum país da América do Sul há júri popular, exceto o Brasil. Por essa razão que eu não fiquei tão espantado como meus colegas sul-americanos ao ver pessoas comuns decidindo o destino de um réu.

Essas duas semanas de convivência tem sido bastante produtiva para mim, pois com o tempo vou percebendo as diferenças culturais não só entre brasileiros e americanos, como entre nós e nossos vizinhos sul-americanos. E impressionante que eu tenha tido que vir tão longe para aprender sobre países tão próximos e ao mesmo tempo extremamente distantes.

Tenho tanta coisa para falar em tao pouco tempo que vou direto ao assunto, NEW YORK.
Simplesmente uma das melhores experiências da minha vida. Empire State Building, Chrysler Building, 9/11 Memorial, Broadway, Wall Street, Brooklyn Bridge, Central Park, American Museum of Natural History e Ice Skating at the Rockfeller Center. Tudo maravilhoso.







Lugares Indescritíveis e pessoas maravilhosas. Este intercambio, além de proporcionar programações culturais, está me dando uma oportunidade enorme de aprendizagem. Viver numa casa com 20 pessoas de 4 países diferentes é muito intenso. Sao tantas informacoes por agora, que vou esperar organizar todos meus pensamentos para poder escrever de forma mais coerente para o blog, para que eu possa compartilhar minha experiencia com todos os Student Leaders brasileiros.

Enquanto isso, deem uma olhada nas fotos. =D

Fabricio Freitas

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

MA Court House + Daily Hampshire Gazette


Hoje foi um dia extraordinário.
Fomos visitar um tribunal de Massachusetts (MA Court House) onde um caso muito importante estaria sendo julgado - caso Rintala.
Como estudante de direito que sou, fiquei muito animada - assim como Clarissa e Doris, que também estudam direito.
Chegando lá, fomos conduzidos a uma confortável sala de estar com bagels e suco de laranja. A juíza Mary Lou Rup nos recebeu e deu orientações gerais sobre o caso que acompanharíamos durante a manhã.
Tivemos muita sorte, porque o caso que acompanhamos tem grande relevância aqui. Era um casal homoafetivo, e a esposa foi acusada de assassinar sua esposa.
Um detalhe importante a ser mencionado é que essa sessão a que assistimos era um "retrial" - novo julgamento, porque na primeira vez que esse caso foi julgado, o juri não chegou a um consenso. Na parte da sessão de hoje foi ouvida uma testemunha que não havia sido ouvida no julgamento anterior.
Foi muito interessante ver como o advogado da defesa questionava a testemunha. Da mesma forma ver como o prosecutor atuava. Quando as partes protestavam (objection) era muito interessante ver como a juíza respondia - aceitando (sustained) ou não (overruled). Deu vontade de aprender mais sobre o sistema judicial dos Estados Unidos - que é em base common law - muito diferente do Brasil, que utiliza o modelo da civil law - decisão dos juízes mais baseada nas leis. Quero comprar alguns livros para saber mais sobre esse assunto.
Mas voltando ao julgamento. A juíza interrompeu a sessão e foi falar conosco. Respondeu a perguntas nossas e se colocou a disposição a responder em outro dia a mais questionamentos.
Posso dizer que essa foi uma experiência única na minha vida. Quando vemos seriados ou filmes americanos de direito ficamos imaginando qual a conexão com a verdade - até onde seria o limite da realidade e da ficção. E estar em um tribunal real dos estados unidos, aprendendo sobre a forma da common law, com um caso tão relevante, foi sensacional.
Bom, essa foi a experiência no tribunal (court) que tivemos hoje de manhã.

                                     

À tarde, fomos conhecer o jornal de circulação local - condado de Hampshire - chamado "Daily Hampshire Gazette".
A equipe do jornal nos recebeu muito bem. Nos mostraram as dependências do jornal, as máquinas impressoras. Ainda, uma jornalista falou conosco sobre o tema do jornalismo nos Estados Unidos. Pudemos fazer perguntas a ela. Um dos estudantes perguntou sobre como funciona o freedom of press - o que foi ótimo, porque pudemos ver a opinião de uma jornalista atuante nos Estados Unidos.
Fiquei impressionada com o maquinário que eles têm.




Foi muito bom ver como funciona o jornal que é lido pela população local - do qual eles tem muito orgulho.
Outra coisa interessante é que no final da recepção, eles nos deram um exemplar do jornal de hoje, e este mencionava o caso a que fomos assistir no tribunal.
Foi legal ver como as atividades se relacionaram em um certo ponto.



Patrícia Soster Bortolotto

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Diversidade Cultural nos EUA

A imagem padronizada que chega ao Brasil sobre o americano medio costuma envolver individuos conservadores, de visao limitada para o mundo exterior. O que se descobre em experiencias como a que eu e meus quatro colegas brasileiros estamos vivendo e que os EUA guardam uma imensa diversidade humana, seja esta em ambito demografico, social ou politico. Tal constatacao nao deveria ser surpresa, uma vez que esse e um pais de vasto territorio, com regioes e populacoes historicamente diversos em seus tracos culturais predominantes.

Dentre os diversos topicos que permeiam as aulas do programa SUSI desse janeiro, as divergencias existentes entre os grupos que compoem a sociedade americana sao muito recorrentes. No Massachusetts, parte integrante da regiao conhecida como New England e membro de um nordeste historicamente liberal, e comum encontrar, por exemplo, pessoas menos ligadas a tradicoes religiosas e mais propensas a tomar posicoes consideradas progressistas em relacao a temas controversos (como as leis de imigracao ou a uniao civil homoafetiva). Por outro lado, os habitantes do sul dos EUA, de forte tradicao rural e maior herdeiro do escravismo, costumam assumir papeis mais conservadores no lido com as diversas questoes politicas do pais.


O professor Bruce Laurie, coordenador do programa, e responsavel por desafiar nossos conhecimentos sobre os EUA todos os dias.

Para alem de divergencias mais flagrantes como as expostas acima, os EUA tambem abrigam cidadaos dos mais variados backgrounds culturais, que, na maioria das vezes, podem manifestar livremente seus costumes individuais e de grupo. E interessante observar a construcao de identidades complexas a partir de pequenos tracos que compoem individuos muito distintos. Por exemplo, entre os dias 18 e 20 de janeiro, minha host family foi um casal de judeus, vegetarianos, que habitam uma fazenda cooperativa e frequentam uma sinagoga de praticas liberais. Sim, eles nasceram nos EUA, mas nao se encaixam (nem querem se encaixar) no formato comum da familia americana de Hollywood.


A casa rural de minha host family, cuja construcao data de 1743, em contraste com o bairro comum de Amherst em que estamos hospedados, sao exemplos de que os americanos nao sao tao iguais quanto se costuma pensar.

O que espero transmitir com esse texto e a ideia de que alguns dos nossos pressupostos sobre o "povo americano"  nao chegam nem perto de descreverem a miriade de personalidades e culturas que se abrigam sob esse pais, e estao sob o risco constante de serem confrontadas, a medida que novas experiencias e boas surpresas poem esse tipo de concepcao em xeque.

Marcio Carvalho.



sábado, 18 de janeiro de 2014

HOST FAMILY


Ontem grande parte dos SL’s foram para o final de semana com a Host Family, todos começaram a brincar que parecia o Big Brother (Gran Hermano para os outros), pois, apesar do pouco tempo e da diversidade de nacionalidades, os SL’s já se consideram  uma família e ninguém queria se separar por um final de semana.
Minha Host Family consiste em uma casal (Beth e Martin) que têm duas adoráveis filhas, uma de 15 e a outra de 12 anos, eles moram no auto de uma colina e têm dois gatos muito lindos. 
(Andando no lago congelado)
No jantar conhecemos Roxanna e seu marido, amigos dos Pittman. Roxanna nasceu no Brasil mas sempre viveu na Argentina, então nada de falar em português (ai como tô com saudade de falar meu idioma). Beth fez o jantar que consistia em frango, arroz e vegetais, algo bem parecido com a comida brasileira.
A comida tem sido um problema constante aqui, tudo sempre tem um pouco de pimenta ou então é super calórica...
Na manhã de hoje finalmente a neve chegou ao estado de Massachusetts, quase não acredito quando olho pela janela e vejo tudo branco.
Perto da casa tem um lago congelado, fiquei morrendo de medo de andar no começo, daí mandei Candela, SL da Argentina que foi designada pra ficar junto comigo nessa Host Family,  ir na frente (rs), mas a camada de gelo estava bem grossa e ninguém morreu ;D
A troca cultural até agora foi imensa, os Pittman’s voltaram para Massachusetts faz pouco tempo, eles trabalhavam anteriormente na África, em projetos de desenvolvimento de treinamento (ou algo assim).
Fomos para um loja imensa, eles dão até um mapa quando a gente entra lá (Yankee Candle :o), depois passamos por um lugar chamado Magical Wings, que tinha uma daquelas “estufas” cheias de borboletas, uma até posou em mim, pena que não deu tempo de fotografar.
Almoçamos em um lugar chamado The People Pint (comida boa finalmenteeeee) e depois fomos para uma loja de livros usados muito legal, eu queria comprar um monte de livros mas não dá né Vera (travel light)?!
Atrás da loja tinha uma cachoeira muito linda e a neve ficou mais forte quando descemos para bater fotos lá, foi quando resolvemos que aquele era o momento perfeito para uma briga de bola de neve.

(Waterfall)
Fomos jantar na casa dos Dolan’s.  Bob Dolan é um fã de bossa nova, então só teve música boa e sua esposa Lori é uma pintora, então toda a casa era decorada com suas pinturas.
A estrada estava muito escorregadia no caminho de volta então a família Pittman perguntou se a gente não queria  “sledding”, que consiste em escorregar na neve em um trenó, o que foi muito legal. Nunca pensei que eu faria isso na minha vida.
 
 
("Sledding")
 
 
 

Hockey



GO UMASS!!!

Olá pessoal

A Clarissa e o Fabrício já fizeram comentários iniciais sobre a nossa estadia em Amherst.

Tendo isso já sido abordado, gostaria agora de falar sobre o esporte na vida dos americanos.
No pouco tempo que estive aqui, pude aprender o quanto o esporte é importante na vida dos estudantes universitários dos Estados Unidos, bem como para toda a comunidade de que fazem parte.

Tivemos uma ótima experiência nesta quarta-feira, quando fomos todos assistir um jogo de hockey da Universidade de Massachusetts - Umass.
Gostaria de compartilhar com vocês um pouco dessa experiência.



Estávamos torcendo pela Umass, a universidade local. O time era muito bom, e o jogo estava muito equilibrado.
O ginásio era incrível. Muito amplo, e com grande capacidade de acomodações.
Tinha inclusive lanchonetes para comprar comida durante o jogo.
O Edgardo, membro da equipe do Institute for Training and Development (ITD), foi conosco e, ao longo da partida, nos dava explicações sobre hockey.
No final de cada jogada, era colocada música para animar a torcida.
Em uma extremidade do ginásio havia um telão, que mostrava o placar e filmagens ao vivo - inclusive com replay.
A partida foi muito interessante. Eu, que nunca tinha assistido a uma partida de hockey, e adorei.
É um jogo muito dinâmico e emocionante de se assistir. A partir de hoje vou buscar conhecer mais sobre esse esporte e assistir a jogos.
Coloquei aqui para vocês um trecho do jogo que estávamos assistindo :D



O que mais me chamou atenção nessa experiência foi a estrutura e dimensão do ginásio de hockey - especialmente porque era um campeonato universitário.
Nos Estados Unidos o esporte é incentivado pelas Universidades. Estas fornecem bolsas aos alunos atletas, como também investem muito na estrutura dos ginásios. A comunidade também se envolve intensamente nas atividades esportivas.
Além disso, conversando com os americanos, pude compreender o quanto o esporte é importante nas suas vidas. É incrível a quantidade de esportes que eles tem: football, baseball, basketball, soccer, etc. São todos muito diferentes entre si, e, ao mesmo tempo, muito interessantes.

Ah, uma última coisa. O time de futebol americano da liga profissional para o qual o pessoal de Amherst torce é o New England Patriots. Eles vão jogar neste domingo - Go Patriots!


Patrícia Soster Bortolotto







quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

We are all in this together



A aventura de fato começou para mim no dia 09 de Janeiro, quando nós, os Student Leaders 2014 (SUSI) do Brasil, fomos ao Rio ansiosos pelo que estava para começar... O que era? Ainda não sei definir, mas com certeza uma grande experiência de vida!

Após a curta estadia no Rio,embarcamos rumo à nosso destino: Amherst! Então nos despedimos da nossa queridíssima e famosa Vera :D e fomos rumo ao desconhecido (ao menos para mim, pois nunca estive nos EUA).

Talvez o título tenha soado familiar para alguns, então não me julguem, pois sim, é High School Musical. Mas o que eu quis dizer com esse título? Bem, talvez nem todos saibam, mas nós brasileiros desta vez estaremos fazendo uma experiência um pouco diferente, e sabíamos isso desde o princípio: o SUSI 2014 está nos dando a oportunidade de conviver com os outros países latinos desde o começo! É, eu sei que parece bobeira ficar assustado com isso, mas nós não falamos espanhol e achávamos que ficaríamos sobrando o tempo todo. Mas desde o começo, quando nós encontramos no aeroporto de Miami pudemos sentir que não seria assim, nosso companheiros realmente queriam estar conosco e inclusive aprender português! Imagina a surpresa quando descobrimos que um deles é fluente! 

E então, todos juntos conhecemos a fria cidade de Amherst em Massachusetts, que apesar da previsão do tempo dizer o contrário, forneceu todo o calor que era possível: 13º C (enquanto a previsão das semanas anteriores estava mostrando -24°C). Recebidos pelos nossos anjos da guarda: Abril, Edgardo e Kaye, que nós contaram um pouco da vida por aqui e do que nos aguardava.

Fizemos compras, conhecemos a casa e demos uma volta na cidade e isso basicamente resumiu o final de semana, claro que é um resumo beeeem sucinto ;) aah e esquilos até onde a vista alcança! 

Então, a segunda chegou: nosso primeiro dia de fato! Pela manhã, após as questões práticas explicadas por Abril, Edgardo e Mark ( que conhecemos nesse momento) fomos almoçar onde conhecemos o enorme refeitório da Amherst College, e devo admitir, senti falta de feijão com arroz naquele dia, mas já estou me acostumando ao estilo da comida daqui que é bem mais variada do que eu esperava (tem até salada, o que não significa que eu vou manter o peso).
E finalmente... Aulas! Conhecemos o professor Bruce Laurie, que além de muito amável é excelente! Não quero defini-lo com muitas palavras porque essas passam a ideia muito bem, então sim, estamos em mãos muito boas aqui! 

E, para fechar o dia cheio de novidades, fomos conhecer os dormitórios da universidade de Amherst, onde além de sentir um pouco do estilo de vida dos estudantes daqui, conhecemos vários deles, inclusive dois brasileiros (pois é, brasileiro dá em árvore :p).
Enfim, deu pra perceber que foram muuuitas coisas, e eu ainda tenho muitas pra fazer, então vou ficar por aqui ;) 

Eu sou Clarissa Leão falando direto de Massachusetts.

Primeiros Dias em Amherst

Desde o dia em que recebi a noticia que havia sido selecionado para o Student Leaders, percebi que esta oportunidade mudaria minha vida, não só profissionalmente, mas pessoalmente. E isso tem se mostrado verdade ao longo dos dias em que estou em Amherst.
Além de estar inserido em um local com uma cultura totalmente diferente, na casa do Instituto de Treinamento e Desenvolvimento posso conviver com várias culturas. Estar em uma casa com argentinos, uruguaios e chilenos me fez mudar a concepção que eu tinha sobre nossos vizinhos.
Percebi que apesar de sermos tão próximos territorialmente, há diferenças enormes entre nossos hábitos e costumes. A língua tem sido algo que realmente me impressiona, embora português e espanhol sejam línguas latinas, há tantas diferenças, e isso que torna a experiência realmente enriquecedora.
Além das diferenças que notei entre nós brasileiros e nossos vizinhos sul-americanos, graças a este intercambio, tive a oportunidade de conhecer brasileiros de diferentes partes do País, e pude perceber o verdadeiro tamanho do Brasil e nossas diferenças regionais.
Há tantas experiências e fatos para descrever somente destes primeiros dias. Um fato que me chamou bastante a atenção foi o modelo de educação adotado pelas universidades americanas. Primeiramente, os estudantes não escolhem diretamente sua graduação como no Brasil, eles fazem alguns anos de formação geral para só depois escolherem o que realmente querem, e isso para um brasileiro é muito diferente.
Tenho certeza que nos próximos dias terei novas experiências e continuarei a aprender e entender não só a cultura norte-americana, mas como também a cultura dos países sul-americanos e a minha própria.


Fabrício Freitas