quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

3 estados em 4 dias


 Por Patrícia Helena Freitag
Dia 30/01/2012


Chegamos ontem da nossa viagem de quatro dias. Foram quatro cidades em três estados diferentes, por isso estávamos bem cansados. Resultado: ganhamos uma hora a mais de sono =) Não foi só por isso que nossa manhã foi bacana, nós também tivemos tempo para começarmos a conversar sobre nossas apresentações em Washington no final do curso. Serão duas apresentações: uma sobre o curso que estamos fazendo aqui e outra sobre nossos talentos e cultura brasileira. Foi muito bom termos tido esse tempo para conversar, fiquei com orgulho de nossa criatividade e de nossa habilidade de levar uma dicussão de ideias de maneira educada. Os nossos colegas Student Leaders de outros países terão um banho de aula dinâmica sobre o Brasil. Nós viemos para esse curso justamente para fazer diplomacia, aprender sobre a cultura dos EUA e de pessoas de outras nacionalidades que tivermos a sorte de conhecer, mostrar a nossa cultura, aprender a aceitar as diferenças para exigir que sejamos tratados com igualdade em toda e qualquer situação. Por isso nossa apresentação será sobre acabar com os esteriótipos, como: no Brasil só se dança samba. Nada contra o samba, eu inclusive adoro =) Mas somos um mosaico de tantas músicas, tradições e gostos que seria injusto manter tantas outras coisas maravilhosas desconhecidas das outras nações. Bom, depois disso tivemos uma aula revisando e conectando vários pontos do que vimos até agora sobre o Movimento dos Direitos Civis.


E para terminar o dia em grande estilo, fomos assitir um jogo de basquete da NCCU contra outra
universidade. O time feminino perdeu, mas o masculino ganhou de lavada (77-46!!). Nosso grupo é mesmo muito animado, entramos na torcida e festejamos cada vez que fazíamos uma cesta. Outra coisa muito legal foi ver as cheerleaders dançando na quadra, só faltou uma pirâmide humana como nos filmes, hehehe. Termino aqui com fotos do pessoal nos jogos e com um vídeo das cheerleaders. Bem que o esporte em geral poderia ser incentivado dessa maneira nas universidade brasileiras, não é?

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=fE3pvQgS16M


Presenciando a História


Por Ana Luíza Farage
 
O dia 28 de janeiro começou cedo para os Student Leaders. Partindo de Charleston, uma linda cidade da Carolina do Sul, o destino era Atlanta, Geórgia. Após algumas horas dentro do ônibus e um café da manhã do McDonald’s, fomos a um tour na CNN. Lugar gigantesco, muitas pessoas e a maior escada rolante do mundo compunham o cenário do início de um dia que prometia muitas emoções.





Logo após o tour, os SLs, devido ao afortunado atraso do ônibus, conseguiram presenciar uma movimentação pelos direitos civis, assunto sobre o qual estiveram a estudar continuamente.

Nada mais nada menos que o Occupy 99% Movement movimentava-se a alguns passos da CNN. Simultaneamente, pessoas marchavam pela liberdade na Síria. Vozes conjuntas diziam “People united will never be defeated!” (O povo unido jamais será vencido!).





Após momentos fortes e emocionantes, dirigimo-nos para o Martin Luther King Jr. National Historic Site. Mais emoções aguardavam-nos em um ambiente incentivador da paz e melhoria social. A luta de MLK mais uma vez nos tocou profundamente através de um turbilhão de citações inspiradoras, histórias maravilhosas e lutas factíveis.



Após sentirmos a reafirmação de que a melhoria mundo só depende da nossa atitude, dirigimo-nos para o hotel. Uma visita rápida ao mundo consumista e uma parada no Hard Rock Café precederam uma noite de Guacamole e Tortillas. Um restaurante de comida mexicana foi o paradeiro de alguns Student Leaders, enquanto outros optaram por uma baladinha ou escolhas diferentes. No restaurante mexicano, música latina climatizava o ambiente. Uma pista de dança foi tomada por alguns SLs, que arrasaram na coreografia do Wobble e lançaram tendência. Houve quem tentasse juntar-se aos passinhos contagiantes da galera brasileira.

Ao chegar ao hotel, ainda uma lindeza do destino: Deborah, uma pessoa de coração gigante com quem ficamos um bom tempo conversando. Dentre as trocas de informações culturais, ela nos revelou que dá aulas à 4th grade. Segundo ela, procura sempre levar informações sobre outros países e diferentes perspectivas aos seus alunos. Ela expressou o desejo de falar aos seus alunos na segunda-feira sobre o Brasil e o nosso aprendizado nos EUA. SLs embaixadores em ação!

Dentre tantas felicidades de um só dia, se aprende/reafirma que Democracia não vale à pena se não se faz nada por ela; que Mudanças são necessárias, possíveis e só dependem de você; e que em uma viagem com mais 19 pessoas de vários cantos do Brasil é possível crescer muito e fazer amigos pra uma vida inteira.



Um dia agradável em Charleston



Por Anaís Passos
 
Passamos uma sexta-feira muito agradável em Charleston, cidade que fica na Carolina do Sul. Chegamos pela manhã e já direto começamos um tour guiado. É uma cidade muito “fofa” e acredito que todo mundo saiu no sábado pela manhã (a grande parte mais dormindo do que acordados) com vontade de ficar um tempo maior por lá. As pessoas são muito atenciosas e receptivas, como manda a etiqueta da cultura sulista com a qual já estamos tão bem familiarizados.




Visitamos diversas casas com arquitetura colonial, muito bonitas (e caras), passamos pela casa onde morava o mundialmente conhecido artesão Philip Simmons e também visitamos algumas partes mais pobres da cidade, onde antigamente a violência costumava ser alarmante. Conhecemos o museu Old Slave Mart, o Jones Hotel (o primeiro hotel para negros da cidade), a Society for Free Black of Dark Complexion, a Catfish Row e a oficina de trabalho de BlackSmith. O tour durou cerca de 2 horas com uma animada e acalourada contextualização histórica feita pelo nosso guia, Alphonso Brown, que nos ensinou algumas frases na língua Gullah usada pelos afro-descendentes estadunidenses. Aqui vai alguma delas:

Tie yuh mot’ (Vamos, pare de falar)

E turn ‘e head (Ele mudou de idea)

‘E long eye (Ele quer demais)

Mek so? (Por quê?)

‘Mah head leeb me (Eu esqueci)

‘E dry-long so (Não foi nada de novo)




Depois tivemos o resto do dia livre para explorar por nós mesmo Charleston. Deixamos as malas no hotel, que era bem no centro. Uma belezura e super confortável. Alguns foram comer frutos do mar, que é um dos pratos típicos, e outros optaram pela fast-food. Deu tempo suficiente para batermos perna por toda a cidade. Visitamos o Antigo Mercado (Old City Market Market) que funciona há décadas, abrigando o artesanato local. Alguns de nós experimentaram uma espécie de quiabo seco que segundo os vendedores era muito bom. Foi, digamos, uma experiência amarga. Visitamos o porto, que é um dos maiores da costa leste dos Estados Unidos e das Américas, e um parque adjacente onde pudemos disfrutar o final de tarde. À noite nos dividimos entre o descanso e a intensa cena cultural que a cidade tem para oferecer aos jovens.

Viagem de volta, parada em Greensboro


Por Raphael Henrique
 
Depois de um final de semana agitado em Atlanta, os Student Leaders estão no caminho de volta para seu dormitório na NCCU. A viagem, no entanto, não estaria completa se não parassem no Museu Internacional dos Direitos Civis (International Civil Rights Museum) em Greensboro , onde a historia dos Sit Ins e contada de maneira interativa através dos muitos aparatos visuais e auditivos que fazem parte da estrutura do local.


Os Sit Ins parecem um gesto modesto, pois se tratava de simplesmente em desobedecer à regra de sentar em bancos reservados a pessoas de uma cor, mas tinha um significado muito mais profundo em uma sociedade segregada entre brancos (white) e pessoas de cor (colored).


Esse e o momento de chegada dos Student Leaders no museu. Infelizmente, entre as regulamentações do tour historico, estava a proibição de câmeras fotográficas ou vídeos, portanto não foi possível apresentar material referente a exibição, o que e uma pena, pois alem de esclarecedora, foi uma experiência profunda e dinâmica.


Fotografias famosas como essa, relacionada ao primeiro sit in executado pelos calouros Joseph McNeil, Franklin McCain, Jibreel Khazan e David Richmond chocaram o mundo ao permanecerem nos assentos outrora reservados a pessoas de pele branca ate que o estabelecimento fechasse.
Alem desse episodio, nos foi apresentadas explicações acerca dos Klansmen (Ku Klux Klan); Martin Luther King Jr e outros símbolos da luta que envolveu o mundo norte-americano em tragédias e tensões.


Como e comum ao fim dessas expedições, os Student Leaders tiveram a oportunidade de levar algum souvenirs que os lembrasse de sua ida ao Museu Internacional dos Direitos Civis. Cedo se aprende que tudo tem um leve toque de consumismo nos EUA. Seja uma ida a CNN, um tour no museu ou ate mesmo sua estadia nos dorms, onde as vending machines parecem sussurrar para você: “E só um dolarzinho… alguns quarters talvez…”.

Apos isso, o Eagle 1 (ônibus fornecido pela NCCU) continuou sua trajetória rumo ao campus onde eles poderão restaurar suas energias e se preparar para as preparações finais de sua grande excursão pelos veios históricos dos direitos civis.