sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

I'll be missing you...

Saudade, termo que só existe na língua portuguesa, mas que na verdade existe na vida de todos. Saudade, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. Saudade, é o que sentimos de casa quando chegamos e é o que vamos sentir agora que partimos. Tudo na vida é relativo, isso sabemos. Aprendemos nesse mês e durante nossas vidas, que tudo depende do ponto de vista. Como toda viagem e como o próprio ciclo da vida sempre existe um fim. Mas creio que a atitude que se toma perante esse fim é que importa. Que todos os Student Leaders 2010 usufruem muito do que aprenderam nessa viagem e seja felizes!!!





Dedico este post ao meu avô, General Ivan de Souza Mendes, que faleceu na manhã do dia 18 de fevereiro no Rio de Janeiro. Sua missa de sétimo dia aconteceu hoje. Foi um homem grandioso e majestral que “saiu da festa enquanto ainda queriam que ele ficasse”, como ele sempre ensinou. Sinto saudades deste que me ensinou a nadar... e a viver.






Posted by Lorena Comparato

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Concrete Jungle

Times Square

Vista da' Concrete jungle'

Hola, chicos!

Sim, a influência hispânica já me atingiu! Não poderia ser diferente, convivendo com outros 40 falantes do espanhol, isso só entre estudantes. Sinto-me como o meu país, solitário falante de português em meio ao espanhol.

Já que demorei esse tempo todo pra escrever aqui, vou me limitar aos acontecimentos dos últimos dias. E que últimos dias!! Esse fim de semana fomos a Nova Iorque. É como estar em um filme, ou sonhando! Ao andar na Times Square, pode-se fácilmente confundir a noite com o dia, tamanha luminosidade do lugar. Assim é até fácil entender porque Nova Iorque é a 'cidade que nunca dorme'. Não há como descansar sabendo que tanto acontece a poucos metros, que os lugares mais famosos do mundo estão a alguns passos.

Fifth Avenue, Times Square, Wall Street, Central Park e Empire States building. Há alguns dias eram somente nomes famosos, agora trazem lembranças impagáveis. O curioso é perceber que não importa em que proporção a cidade atinge suas expectativas, sempre será uma experiência incrível. Exemplos? Bem, é assim, não importa se o metrô é sujo, ele é incrível porque é em Nova Iorque! porque não há como não lembrar do homem aranha em sua épica batalha contra o Dr. Octopus, pelo bem da cidade e de seu amor, Mary Jane. Não importa se o musical de Chicago conta com uma produção mediana- alguns diriam medíocre, preferi evitar essa palavra, apesar de sinônimas, inevitavelmente trazem ideias diferentes-é um musical da Broadway!

Há muito o que ver e fazer lá! Não há a menor possibilidade de conhecer a cidade em dois dias. É como tentar conhecer um oceano em um fôlego! Enfim, passando aqui só pra demarcar território e deixar um abraço grande a todos! Próxima vez eu escrevo mais, estou num racionamento de tempo! as luzes nova iorquinas desviaram minha atenção dos relatórios e journals! Ops! Porque vida de SL não é só farra! =p

'New York, concrete jungle where dreams are made of; ain't nothing you can't do, now you're in New York; these streets will make you feel brand new, big lights will inspire you! Let's hear it for New York, New York, New York!' - Empire States of Mind; Jay-z Feat Alicia Keys.

Flávia Oliveira.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Todo carnaval tem seu fim?

Para tentar explicar melhor o quanto esta experiência está sendo impactante para mim, imaginem alguém que há um mês atrás jamais havia sequer andado de avião em toda sua vida. Imaginou? Prazer, esse sou eu, Thiago!



Os dias têm sido intensos e são infinitas as histórias que cada um de nós poderia contar a respeito dos momentos vividos aqui, ontem mesmo fomos esquiar e eu poderia escrever um verdadeiro romance relatando um dos meus tombos (estou bem mãe, não precisa se preocupar... nada que uma plástica não resolva!); outra coisa que daria um ótimo post é que aqui é o paraíso dos carecas, como faz um frio razoável você anda com a cabeça coberta e ninguém desconfia que o real propósito é esconder a calvície. Entretanto, eu gostaria de utilizar esse post pra fazer algumas considerações mais pessoais sobre o último mês, já que se aproxima o momento de deixar Knoxville rumo à Nova Iorque e a Washington.

Ainda em João Pessoa (minha cidade) tentei me preparar um pouco para os dias aqui nos Estados Unidos: praticar mais o inglês, aproveitar o carnaval com antecedência, adiantar algumas coisas da universidade (sou aluno da UEPB), ir à praia, descobrir como se coloca um cachecol, estudar um pouco a cultura daqui, etc... É verdade que chegando em Knoxville não estava preparado para um série de outras surpresas: descargas no banheiro que funcionam com sensor, torneiras que abrem das maneiras mais esquisitas possíveis, camas que precisam de mapas pra você não se perder na hora de dormir, semáforos que ficam verdes pra carros e pedestres ao mesmo tempo, passar protetor solar quando está fazendo -5º Celsius, feijão doce e por aí vai. No entanto, eu definitivamente não estava preparado pra vivenciar algo extremamente marcante para mim: fazer amigos.

Eu pensava em vir para cá e entrar em contato com os “Estados Unidos”, mas realmente não tinha percebido que isso significaria essencialmente “pessoas”. Não foram a “cultura”, a “religião” ou a “política” que abriram suas casas, dividiram seus hábitos, ofereceram carona, sugeriram refeições e lugares, enfim, explicaram melhor o que significa cada coisa por aqui. E mesmo depois de tão pouco tempo posso afirmar consistentemente que fiz verdadeiras amizades que marcarão para sempre a minha vida. Jogamos futebol juntos (football e soccer), me deixaram subir no palco e comandar uma festa de carnaval com música brasileira (aprenderam a dançar chiclete com banana e banda eva, e ainda quase brigaram pra conseguir um abadá de micareta), aprendi a jogar Aplles to Aplles e Beer Pong, fomos juntos as festas, jogamos boliche e videogame (que fique bem claro que não perdi para nenhum estadunidense no futebol), rimos juntos, enfim, compartilhamos momentos muito especiais. Dentro de dois dias estaremos deixando não só a cidade de Knoxville, mas principalmente nossos amigos. Hoje já derramei as primeiras lágrimas e tenho muita sorte em ter conseguido tornar “tchau” um palavra tão difícil de dizer; se quem faz um amigo recebe um tesouro, tenho certeza absoluta de que volto para o Brasil com excesso de peso na bagagem.


Host Family



Festa de Carnaval com música brasileira


Partida de futebol americano


Aproveito a oportunidade pra mandar um salve pra todos os meus amigos, os exilados, a unidade, pessoal da UEPB, painho, mainha, Thaís, Lana, minha família, os vizinhos e pessoas que jamais lerão esse post. Desculpa não ter mandado tantas noticías antes, mas eu tava meio ocupado tentando aproveitar o máximo aqui. Darei notícias, não se preocupem! ;)


Thiago

Knoxville / João Pessoa - PB

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Liderança brasileira na América do Sul, opção ou necessidade?








“There is no doubt that Brazil is changing. It is letting down the cycle of debt, inflation and inequality and achieving a sustainable growth pattern”


Boa noite a todos! Como o tema da aula do professor Javier Corales me interessou bastante, resolvi dar minha pequena contribuição a esta amálgama de perspectivas. Durante a aula de hoje, na qual discutimos as relações políticas Brasil-EUA, o prof. Corales apresentou uma hipótese, no mínimo, provocativa. Estariam os EUA “delegando” o papel de líder da América do Sul ao Brasil?

Para responder a pergunta, o professor fez uma analogia entre as circunstâncias que estavam presentes na relação Inglaterra-EUA, no início do século XX, e as circunstâncias que, segundo ele, estariam presentes no atual jogo político Washington-Brasília.

Para o professor da universidade de Amherst, assim como a América do Norte, no início do século XX, deixava gradualmente de figurar entre o topo das prioridades britânicas, a América do Sul vinha perdendo, atualmente, importância (relativa) para os EUA. No entanto, a afirmação do professor Corales não foi feita ao léu (péssimo trocadilho, eu sei). Pelo contrário, idéias coerentes lhe deram sustentação.

Se, por um lado, a Inglaterra, à época, via o crescimento da Alemanha como uma ameaça ao império britânico e a própria estabilidade intraeuropéia, os EUA veem a ascensão da China e as guerras do Iraque e do Afeganistão como fatores de risco para a manutenção de sua liderança internacional. Desta forma, uma possível estratégia a ser utilizada pelos EUA, no que tange a América do Sul, seria o “dividir para dominar”

Esta estratégia pode ser entendida como a delegação, à “terrae brasilis”, do papel de mediador entre os governos com tendências esquerdizantes, de um lado, e a terra do Tio Sam, de outro. Destarte, para o professor Corales, esta estratégia renderia pouposos frutos para o Brasil que poderia aproveitar sua influência regional tanto em termos políticos como em econômicos.

No entanto, o relacionamento entre dois países continentais nunca seria tão simples assim. Como o próprio Corales apontou, podemos observar que alguns tópicos polêmicos tornam as negociações mais difíceis. Entre eles podemos citar, por exemplo, os interesses conflitantes entre os dois países quando se trata da questão agrícola (que foi, aliás, um dos motivos para o fracasso de Doha em 2001)

Enquanto, nos EUA, há um forte lobby do setor agrícola pela manutenção dos subsídios e pela alta taxação dos produtos agrícolas brasileiros (que são muito mais competitivos), no Brasil, o interesse é aumentar as exportações para o grande mercado consumidor norte-americano.Contudo, os encontros realizados entre Bush e Lula em 2007, parecem dar o tom da mudança em antigos litígios vivenciados pelos dois países.

O” Memorandum of Understanding Between the United States and Brazil to Advance Cooperation on Biofuels” figura como demonstração de que os EUA estão prontos para cooperar ao menos em matéria energética. Ora, através desta cooperação EUA e Brasil passariam de rivais a parceiros em uma área cuja importância vem crescendo enormemente. Seria este aceno para a cooperação, em um terreno arenoso, enfim o reconhecimento da importância do Brasil para a política externa norte-americana?

O fato é que não precisamos esperar o reconhecimento dos vizinhos do Norte para almejar voos maiores (e esta é minha ressalva a hipótese do professor Corales). Seja através de uma maior cooperação com os EUA ou através da diversificação de nossas relações externas, como foi feito durante o período da política externa independente e do pragmatismo responsável, o Brasil cresce em importância política, econômica e estratégica, o que aumenta nosso poder de barganha com outras potências.

Neste cenário, a delegação de parte de competências para o Brasil, no exercício da liderança na AS, se torna mais uma necessidade (para os EUA) do que uma opção. Afinal, com tantos problemas prioritários a enfrentar, o governo norte-americano só poderia estar cometendo um erro de cálculo, em termos de política externa, ao entrar em conflito direto com um dos maiores players da região.

Bom, fico por aqui. A aula que teremos amanhã às 09:00 não me permitirá explorar mais o interessante tema trazido pelo professor Corales.

Boa noite novamente,

Leonardo Correia

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010











(Desculpem-me pela falta de acentos nas palavras, mas os teclados americanos nao os tem)

Hoje, a tarefa ardua de cobrir 5 dias que parecem 10 no n osso tempo psicologico cai sobre meus ombros. Apos a "aula" de quarta que nossa amiga Erica relatou para voces com o professor que ficou conhecido entre nos como "evil countries" (paises ruins, em ingles), tivemos uma noite otima relembrando as perolas que ele soltou em aula, as quais prefiro nao mencionar por questoes eticas. Alguns "programas de indio" sao guardados na memoria como situacoes hilariantes, talvez esse seja um intento natural dos seres humanos, os quais sempre estao agindo e se relacionando sempre em busca da felicidade. Nao, isto nao e so uma ideia defendida por mim e por mais uns pocos dos ultimos romanticos e otimistas da face da Terra, aqui, nos EUA, isso tem ate base juridica, isso mesmo, na Declaracao de Independencia e o conceito de Pursuit of Happiness (busca pela/da felicidade) - "Life, liberty and the pursuit of happiness" (Declaration of Independence, 1776)- , mas enfim, vou deixar de filosofar e farei um rapido relato temporal do que vivemos nesse fim de semana imprevisivel.

Na quinta tivemos aula de facto como o habitualmente. A proveitosa aula do Dr. Moses sobre os indios Cherokees e os Appalachians (que nao sao indios para a surpresa da maior parte das pessoas) se deu de maneira interessante e com participacao intensa dos alunos, apesar do cansaco do professor nao tao acostumado com a exaustiva rodada de questionamentos. Tudo foi mais ou menos normal nesse dia, como vinha sendo antes da aula do "evil countries".

Na sexta tivemos o nosso segundo trabalho voluntario. Dessa vez fomos ao Voluntary Ministry Center, entidade filantropica nao-governamental que e parceira da populacao de moradores de rua de Knoxville e redondezas. Alem de fornecer alimentacao, o que geralmente ja satisfaz intituicoes do genero, o VMC da lazer, acompanhamento de servico social e tenta, com o consentimento do beneficiario, ajudar a remontar a vida do individuo. Isso se da pelo processo - que geralmente e curto - de vender uma casa popular a precos irrisorios ao morador de rua, algo que seja nao so possivel mas tambem plausivel nos limites do orcamento do individuo. Tambem ha uma rede social que ajuda os moradores de rua a conseguirem empregos, o que os ajuda a pagar a casa e a reconstruir uma vida digna que ha muito tempo nao tinham. La fizemos atividades variadas em dois principais grupos: uma grupo de limpeza e outro de lazer. O grupo da limpeza trabalhou na cozinha da instituicao limpando os locais e os materiais que sao usados nos servicos oferecidos a comunidade. Ja o outro grupo (eu incluido neste) se envolveu num jogo de bingo com os moradore de rua, tanto participando como jogadores quanto na producao do jogo. Atraves dessas experiencias conhecemos mais e melhor a vida das pessoas que sao beneficiadas com a instituicao e que tanto precisam de acoes voluntarias como as que fizemos. Alguns deles, apesar do que muitos pensavam, precisavam muito mais de atencao, de uma boa conversa (as vezes com um otimo nivel intelectual) ou de uma simples distracao do que de assistencia alimentar ou higienica. O VMC atraves de seus profissionais e voluntarios tenta fazer com que seus associados deixem possiveis vicios e/ou cm que se tratem de doencas, sendo ambos os fatores os mais determinantes para a mendicancia. Com a resolucao desses dois principais problemas a possibilidade de um dos atendidos pela instituicao remontar sua vida sustentavelmente e muito grande.

No sabado, como em todos os finais de semana, tinhamos uma viagem marcada, dessa vez seria para a Reserva dos Indios Cherokees no Parque Nacional das Smoky Mountains, na Carolina do Norte, estado na fronteira leste do Tennessee. Nesse parque tinhamos agendada uma visita a tribo, um encontro com o lider da tribo e a visita a um museu de historia apalache, ao mesmo tempo em que conheceriamos as montanhas. Porem, por condicoes climaticas adversas – neve e gelo (principalmente gelo) nas estradas – e o deslizamento de algumas rochas nos impediu de cumprir nosso roteiro. Com isso, tivemos que nos satisfazer com uma ida a cidade turistica de Gatlinburg, que ja fica na regiao das Smoky Mountains, no Tennessee ainda, mas que ja nos da uma ideia de como teria sido o ambiente que teriamos encontrado na reserva cherokee. A cidade e toda em estilo suico, tendo atracoes turisticas e comercios em todos os lugares, alem de uma estacao de ski (que vamos na quarta) e um teleferico com uma vista MARAVILHOSA de toda a cidade e das montanhas nevadas que a cercam. Apos a visita a Galinsburg demos nossa ultima passada no outlet e voltamos pro hotel com a esperanca de que no proximo dia as estradas estariam liberadas.

Contudo, nossas esperancas de entrar em contato com os Cherokees realmente nao puderam acontecer: as estradas continuavam fechadas e pior, o parque inteiro fechou pelas mesmas condicoes climaticas. Com isso, fomos aproveitar o dia de outra forma. Fomos a um restaurante com um tradicional cafe da manha sulista com muita carne, ovos, bacon e essas coisas gordurosas. E de la seguimos para o museu dos apalaches que felizmente nao ficava nas montanhas e estava aberto. La nos surpreendemos com a pobreza que encontramos. Nao imaginavamos as condicoes precarias nas quais os apalaches moravam. Eram casas de madeira e outros materiais como papelao e lama, pequenas e sem nenhum tipo de infraestrutura, quando muito tinham uma cama, uma mesinha e uma lareira, mas, como disse, “quando muito”. A “colonia” apalache era uma especia de fazendo onde se criavam os animais e plantavam-se os alimentos basicos para a sobrevivencia dos colonos. Condicoes comparaveis as mais pobres vilas rurais de um pais africano ou do Brasil mesmo. Casas piores que as das favelas cariocas. No museu, predio que nao fazia parte da vila apalache podemos ver a historia daquele vilarejo e os costumes daquele povo, com destaque tanto para lideres politicos do estado e do pais, quanto para cantores e compositores de musica country, muito famosa por aqui. Do museu de cultura apalache seguimos para uma represa local muito bonita onde pudemos sentir mais frio ainda devido ao vento das montanhas, a proximidade com a umidade do rio e ao comeco de uma geada (flocos de neve somente). De la viemos para o hotel onde descansamos um pouco e depois encontramos o professor Javier Corales, que nos falaria entao da politica estadunidense em relacao ao Brasil e a America Latina, mas, devido ao atraso de seu voo, nao tivemos a aula, somente o jantar, ja programado, num restaurante que nao tinhamos ido ainda na Old City. Depois do jantar os maiores de idade aqui (maiores de 21 anos de idade) foram a uma festa de Valentine’s Day enquanto o resto de nos retornamos ao hotel para entao, finalmente dormir.

Na segunda-feira, hoje, finalemente tivemos a tao esperada aula do Prof. Javier Corales sobre a as relacoes entre Brasil e Estados Unidos nos ultimos anos e sobre quais seriam as razoes para tal aproximacao tao repentina, uma aula perfeita para os muitos estudantes de Relacoes Internacionais do grupo como eu.

Como viram o topico foi GRANDE, mas apesar dos pesares consegui contar a maior parte das coisas que fizemos e das impressoes que tivemos nesses 5 dias vazios de postagens no blog. Sim, faz frio aqui, mas por ja estarmos acostumados nao parece que e tao frio como o termometro mostra, a nao ser quando o venta, o que tem acontecido bastante por aqui. E nessas horas que os cariocas do grupo ( Eu, Erica, Leonardo, Lorena e Ricardo) pensamos que poderiamos estar no Rio, em pleno carnaval, banda de ipanema, bola preta, agitacao e calor agradavel... ja sentimos saudades de casa, da familia e dos amigos, mas ao mesmo tempo nao queremos que a viagem acabe, pra ter nocao nos ja sentimos saudades dos lugares que ainda nem fomos (como NY e o show do David Guetta que vai ser em Washington) AUHuahuAHUAhAH. Faltando duas semanas para o termino do programa nos damos conta do que o que vai ficar em nossos coracoes com o fim da viagem e justamente esse sentimento: a saudade.
Julio Cesar.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Contato




Me: We do not have to agree on everything. I believe that it is very enriching when we exchange different points of view, don’t you think?
Professor: No.



E esse foi o final de nossa aula de ontem. Bem assim, da forma como está. Bastou tocar no assunto guerra. O professor expôs seu ponto de vista, declarando-se a favor do casus belli americano no Iraque. Eu aguardei em silêncio para expor o meu, e em seguida também meus amigos. Pontos de vista diferentes. Idéias devem brigar, pessoas não.

Bem, eu acredito piamente que cada um de nós , ao vir para cá, teve de deixar suas armaduras de lado e manter a mente aberta para o que não é espelho. Só assim você é capaz de impedir que os estereótipos te ceguem para a experiência empírica. Não creio que intolerantes passariam pelo pente fino da Vera.
Discordamos, sim. Eu nunca fui a favor da guerra do Iraque. Nunca fui a favor de decisões unilaterais quando um país decide se submeter por vontade própria a um Tratado que preve^ multilateralidade. Pacta sunt servanta: O pacto deve ser cumprido. E também não creio que valha tudo em nome da democracia. Ainda mais quando se é amigo da totalitária Arábia Saudita.

Ora, discordamos, sim. E eu sempre achei que "discordar" fosse um jogo de soma positiva. Foi assim com todos os professores com os quais tivemos o prazer de discutir até ontem. Se os discordantes forem espertos, a troca de opiniões é sempre boa. E nós somos líderes curiosos. Se você tiver uma opinião diferente da minha, eu quero saber qual é. Quando é que no Brasil eu vou ouvir a opinião de um americano autêntico que apóia a guerra? Não é algo que se vê todo dia, o leitor há de convir.

Mas ontem, ter uma opinião diferente revelou-se para o professor como uma ofensa pessoal. Ficamos nos perguntando se seria realmente adequado, frente a alunos que representam as melhores universidades do Brasil, que o professor usasse termos como “países do mal”, ou classificações como “iranianos psicopatas, racistas e fascistas”. Eu esperava argumentos mais adequados para o meio acadêmico no qual nos encontrávamos. Esperava uma opinião baseada em fatos, não em juízos de valor. Mas isso não me impediria de respeitar o que ele tinha a dizer.

Certa vez, Clausewitz disse: “a guerra é a continuação da política por outros meios”. Bem, eu não concordo muito com Clausewitz. Para mim, por onde a política cessa, lá as guerras começam. E guerra é guerra. Não é a continuação de nada. É sim, o fim de muita coisa. É a derrota da diplomacia. É o fim do diálogo.
Que Marx me desculpe, mas eu não creio que sejam somente as questões econômicas que rejam o mundo. Que Marx me perdoe, mas o que importa para mim é o ser humano. E cada baixa de qualquer guerra é uma perda humana irreparável. Cada singular baixa é inegociável. Não há mercado que substitua. Não há dólares que paguem. Vão-se os dedos e ficam os anéis nessa guerra.

No auge dos meus vinte e poucos anos, não posso me permitir achar que tudo se resuma a um pedaço de papel. Não posso acreditar que tudo sejam cifras. Há muito mais que isso. O ser humano é um mosaico fluído de possibilidades. Recuso-me a viver em um mundo de guerra de todos contra todos.

(Erica Ramminger)


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Algumas considerações musicais

Bom, como nos student leaders tem gente de tudo quanto é canto e de tudo quanto é curso, achei que como sou aluna de música, seria legal dar meus relatos musicais sobre o que tem acontecido no programa até agora.

Na minha primeira visita ao departamento de música, a única coisa que eu conseguia pensar era: ‘Meu Deus. Que prédio gigante.’ No Brasil, os alunos de música sofrem com o mal do ‘serem jogados de lado’, em qualquer prédio que aparecer pela frente. Na UnB, nosso prédio chama SG. Porque antes de virar prédio da música, era o depósito dos Serviços Gerais. Ou seja, não temos uma estrutura lá muito voltada para a música, e nosso maior problema é a falta de lugar pra estudar (a árvore da praça acaba sendo o lugar mais disputado). Logo que cheguei no prédio da música da UT, me disseram que metade do prédio era apenas de salas para estudo. Na hora pensei: ‘Uau, meu sonho.’

Foi então que perambulando pelo prédio, encontrei a sala de ensaio da banda, e por sorte a banda estava ensaiando. Fiquei no canto assistindo, e pensando novamente: ‘Meu Deus. Que banda grande’. Ao final do ensaio, tive um bate-papo interessante com os alunos de clarineta (que aliás, é o meu instrumento) e descobri algumas coisas muito interessantes. O prédio, que era o prédio dos meus sonhos, está para ser demolido porque está velho. Na hora quase disse: ‘Quer doar pra UnB não??’. Descobri também que muito dos músicos da banda não são alunos do curso de música. Muitas pessoas saíram do ensino médio tocando algum instrumento, não quiseram fazer o curso de música, mas a UT oferece a banda, que é uma chance deles não pararem de tocar. Adorei isso. Os alunos foram todos muito, muito receptivos comigo e logo me levaram para conhecer o professor de clarineta, que foi muito atencioso também e me convidou para ensaiar com o coro de clarinetas na outra semana.

Durante a semana, antes de chegar o ensaio do coral de clarinetas, fiz bom uso das salas de estudo (logo descobri que elas são o lugar mais quente de Knoxville), que são abertas a toda hora (inclusive de madrugada!), e participei também de alguns ensaios da banda. Outra idéia genial que vi por aqui é a tática anti-furto de estantes de música (que também são meio que inexistentes na UnB depois de serem roubadas toda hora). Elas são amarradas por um cabo de aço na parede da sala de estudo. Quero ver alguém roubar.

Chegando no ensaio do coro, a primeira coisa que notei foi a quantidade de gente que toca clarineta aqui. A UT tem 21 alunos de clarineta. A UnB tem 6. E depois ainda fui informada que o departamento de música da UT não é considerado grande. Achei legal também que a UT compra muitos instrumentos caros (clarinetas baixo, clarinetas contrabaixo. Nunca tinha visto uma clarineta contrabaixo ao vivo.) que chegam a custar 15,000 dólares e deixam eles disponíveis para os alunos usarem. Esses instrumentos são bem raros (e caros), mas são super importantes para que o coral de clarinetas e a banda fiquem completos.

Meu balanço musical da UT é bem positivo até agora. A cultura musical daqui é bem diferente da brasileira, o acesso a música erudita é muito mais fácil (por meio das bandas de colégio de ensino médio) e o apoio e incentivo a música é muito diferente também. O Brasil e os Estados são muitos diferentes, mas uma coisa é certa. Mesmo com todas as dificuldades que existem para ser músico no Brasil, a gente nunca deixa isso interferir na nossa formação. E posso afirmar que com certeza, os músicos brasileiros, comparados com os americanos não deixam a desejar no quesito qualidade musical.

Na foto, coral de clarinetas da UT.

E isso aí. Saudações musicais!

Laura B.

sábado, 6 de fevereiro de 2010


Foto1: Laura, Eu e Chase!

Foto2: Eu e Silvia, minha roomie!

Olá Pessoal!!

Hoje é sexta-feira e eu estou aqui no hotel... Bom, eu me arrumei e me maquiei para sair, mas em cima da hora quase todas as meninas desistiram de ir porque amanha será um dia longooo em Atlanta. Estamos todos super animados pra amanha e torcendo pra que nao neve!!

Antes de vir pros EUA todos ficavam tentando adivinhar qual seria o comportamento dos americanos universitários e quao diferente é a realidade deles da nossa. Americanos super diferentes de brasileiros? Que nada! O que mais me impressionou foi a diversidade cultural dentro do nosso próprio grupo.

Logo em Sao Paulo, nas primeiras impressoes, percebi que esse grupo era muito diferente do que eu estava acostumada a conviver. Só para situar os desavisados, eu sou a unica pessoa de exatas no grupo. Logo na primeira palestra em SP, a quantidade de perguntas vindas desse grupo relativamente pequeno me assustou. Eram dúvidas e comentários que nao acabavam mais. Da mesma forma como estava interessada em conhecer novas culturas fora do meu país, me vi supreendida pela curiosidade de conhecer mais o que a gente tem de melhor dentro do nosso Brasil - toda essa mistura!

No caminho para o primeiro dia no hotel em Knoxville eu e a Silvia,
cantando clássicos da Disney sem o menor tom ou afinacao, torturávamos todos os outros pobres colegas que vieram conosco. Chegando no hotel, descobrimos que ficariamos juntas! Já sao duas semanas de convivencia e cada dia eu aprendo mais!

Mudando de Brasil pra EUA... No dia que tivemos nosso homestay weekend, fiquei na casa da Rachel, que mora com a irma e com a Chase(na foto1), uma amiga. Assistimos série (Keeping up with the Kardashian - o dia do casamento foi lindo!), jogamos boliche, baseball e tenis (tudo no wii... uhaua), saimos e fomos ao jogo de basquete. Foi muito dentro da nossa realidade (se trocasse o jogo de basquete por um de futebol seria uma pouco mais..rs)! No fim ela já estava me contando sobre a vida dela como se a gente se conhecesse há muito tempo! As diferencas de cultura que me chamavam a atencao nao eram maiores das reveladas entre os proprios brasileiros.

Está sendo uma surpeendente oportunidade de conhecer mais sobre a cultura dos EUA e do Brasil!

E viva as diferencas!!

by Gabriela Weiss


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Let`s Call It a Day...

Eu e a Silvia na Cumberland Ave. a.k.a. The Strip


Oi, aqui quem fala e' o Ricardo...
Tem sido muito intensa a nossa jornada aqui ate agora,
muita convivencia, muita gente nova, muitos lugares novos e muitos desafios.
As aulas tem sido bem participativas e a gente ta podendo discutir sobre topicos instigantes. Por exemplo, hoje na aula de Civil Liberties discutimos sobre as liberdades, os preconceitos e as leis que protegem os empresarios e os empregados na hora da contratacao aqui nos EUA. Isso trouxe a tona a questao das cotas nas universidades brasileiras e americanas o que aqui eles chamam de Affirmative Action. E' um assunto muito atual que permeia os dois pai'ses e mostra algumas conquistas, principalmente das minorias aqui, que a pouco tempo nao participavam do processo politico do pais.
Outra parte interessante do programa e' a interrelacao entre as materias que a gente estuda. Por exemplo, o que no's estudamos ontem, que foi a Constituicao e a Bill of Rights, mostra como a Constituicao americana (que e' visivelmente liberal e humanista) e' flexivel o bastante para permitir a pena de morte, por exemplo. Tudo e' uma questao da interpretacao que a Supreme Court deles tem em um certo periodo da Historia. Aprendemos tambem sobre essa Constituicao liberal que ate pouco tempo nao permitia mulheres a votar, ou seja, depende do conceito de cidadania que e' passivel de mudanca de tempos em tempos. Assim, ve-se que nem sempre o direitos foram tao universais quanto parecem de inicio.Interessante.
Mudando de assunto... parece que o frio deu uma tregua, agora ja estamos achando 3 e 5 graus Celcius quente(!). Tivemos um dia ensolarado(vide a foto) e o resto de neve que nao tinha derretido ainda ja deve ter ido pro ralo.
Depois da aula de Civil Liberties tivemos Lideranca, que trabalhou com as nossas caracteristicas pessoais de lideres e o que nos falta pra canalizar as nossas aptidoes e sermos melhores. Outro assunto foi o que nos motivava a sermos lideres, fizemos um brainstorm dessas motivacoes no quadro pra depois discutimos sobre(o quadro ficou lotado, ou seja, motivacao nao falta). Depois da aula, 4 representantes do grupo falaram com a o Departamento de Estado daqui dos E.U.A.(que por sinal esta nos lendo, Oi Mrs. Amy Rustan!) por uma conferencia telefonica. Eu, a Erica, a Lorena (RJ e Niteroi) e a Silvia (Porto Alegre) demos o feedback do programa ate agora pra ela.

Amanha teremos a manha livre entao cada um deve ir pra um lado procurando uma aula aqui na Universidade que nos interesse ou que seja da nossa area de estudo no Brasil. Os tempos livres que a gente tem nos tentamos consciliar entre falar com quem a gente sente saudade(o que so brasileiro pode sentir, ja que nao existe essa palavra aqui), explorar a cidade, comprar nas "clearences" de inverno(que a traducao melhor pra esse termo seria "doacao", pq os precos ficam muito baixos, parece que estamos saqueando a loja), ir a aulas fora do curriculo normal...e mais,coisas pra fazer nao faltam.
Bom, por hoje e' so'.
Espero ter dado uma ideia de como esta tudo aqui.

'till next time y'all!
(I`m a Tennessean already)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O choque (apaixonante) entre dois mundos.

Eu e Julinho, simulando o encontro entre o "nativo" e o "outsider". haha

Aqui fala Erica Ramminger mais uma vez, diretamente de Knoxville para solos tupiniquins.
Tá bom, eu sei. O post que eu prometi fazer sobre o jogo nunca chegou. Explico: Silvinha foi mais rápida e relatou o jogo com a maestria de uma gaúcha narrando uma final tensa entre colorados e gremistas. Vcs estiveram em boas mãos.
Agora, resgatando o leitor de volta para os meus braços saudosos, eu quero contar um pouco do meu homestay weekend. Eu sei que todo mundo já falou sobre isso, mas mostre compaixão e dê um pouco de atenção às minhas felizes aventuras também. Prometo ser breve.Ou não. haha
Bem, a princípio eu e Lorena iríamos para Nashville em nosso homestay weekend, até que o céu resolveu cair em pedaços brancos e gelados em nossas cabecinhas brasileiras. Nossa host se chamava Alli, uma americana sorridente que mais parecia uma boneca da barbie. Alli é bonita de um jeito que te deixa sem graça.Já eu e Lorena só a deixavamos sem graça pela nossa cara-de-pau mesmo. hahah
Como nossos planos não vingaram, decidimos ficar tranquilas e calmas em Knoxville. O namorado da Alli joga futebol americano pela universidade, o que aparentemente fazia dele meio que uma celebridade por aqui. Mas como eu e Lorena nunca tinhamos ouvido falar nele, tanto fazia para a gente. O bom mesmo era que ele enchia a gente de chocolates Twix e que nos apresentava orgulhoso para as demais "celebridades" que nunca tinhamos visto antes na vida. Estivemos na posição interessante de, por exemplo, não estar nem ai para o Quarterback (eu, para ser sincera, nem sabia o que era isso), enquanto que ao olharmos em volta, percebiamos que as americanas queriam comer nosso fígado só porque tinhamos chegado perto dele. Adorei! haha
Enfim, foi bem divertida a experiência de sair à noite com americanos autênticos como aqueles. Foi como entrar em uns dos episódios de American Pie. Só que mais divertido, porque ali as celebridades éramos nós, as brazucas!
No dia seguinte fizemos juz às espectitativas óbvias da soma Erica+Lorena+ EUA que é igual a SHOPPING! Tudo corria muito bem enquanto eu e Lorena comprávamos roupas da Hannah Montana (não nos julgue. Tava barato) no Walmart, até que tivemos que voltar para casa. Frio. Correria até o carro. Chave que demorou 20 minutos para ser encontrada. Tentativas de abrir o carro. Frustração : tudo estava simplesmente congelado. Inclusive nossos pobres corpos cariocas acostumados a um sol de 40 torturantes graus.
Depois de passar alguns minutos tentando fazer o carro pegar, finalmente saímos do estacionamento rumo ao hotel. Ou melhor, rumo à subida do asfalto congelado na qual ficamos presas. Não teve jeito. Lá se foram as duas cariocas do calor tropical para o frio impiedoso lá de fora com a dura missão de empurrar o carro por aquela pista escorregadia (cá entre nós, eu só fingi que tava empurrando. Lorena com seu um metro e meio fez todo o trabalho duro. Mas não vamos contar isso a ela, vamos?) haha.
É nesse momento que vc para e pensa: pobres meninas. É nesse momento que vc se engana. Pq eu e Lorena fizemos tudo isso com um sorriso no rosto. Afinal, quando é que o nosso carro congelaria depois de um dia de sol na praia de Ipanema? Foi novo. E tudo que é novidade me fascina. É isso que muita gente tem que entender. Como eu abri o presente não importava. Importava que o presente era algo que eu ainda não tinha.
Bom, foi pretty much it. Aprendemos slangs tb, mas isso já é assunto para um próximo post ( eu e minhas desculpas para ir embora assistir a estréia de LOST haha). Volto mais tarde com mais informações diretamente da cidade de Knoxville para vc, querida mãe preocupada com seu filho que não dá sinal de vida há dias. Incluindo mães emprestadas ( leia-se: Moema e Vera).
Partiu Lost. Beijomeliguem!

Sobre o (“nosso”) Carnaval.

Amanda: "Então vocês fazem essa festa toda só para fazer festa, para comemorar?".

Ana: "É, sim".

Esse ‘diálogo’ apareceu entre umas e outras conversas que tivemos com a Amanda e a Rogina, com quem eu e Thaís (DF) passamos o final de semana do homestay.

Fomos a Rock Island (sim, essa cidade existe, Dr. Mosses, e fica a caminho de Nashville). Minha primeira impressão ao chegar àquela "casa" de cerca de dez (10) quartos foi de ter compreendido, num piscar de olhos, o gérmen da crise econômica de 2008-2009...

Talvez o homestay teria como objetivo conhecermos melhor sobre o modo de vida de uma família estadunidense. No entanto, a árvore genealógica da nossa hostfamily partia com um pé do Egito, pelo lado materno, e outro half-coreano e half-alemão, pelo (não podia ser diferente) paterno.

Dessa mistura, surge a reação do Andrew (irmão da Amanda) ao eu lhe falar que tinha mais traços egípcios que as meninas foi a de lamentar-se dizendo que desejava parecer-se mais com um "americano". Eu lhe respondi: "Há! But you are American"!

Ele calou-se. Sua concepção de “americano” com certeza era uma (fixa); aquela que (talvez) muito conhecemos através das produções da sétima arte (e do que eu não chamaria tanto de arte, como um Super Size Me).

A questão que me coloquei, à hora, foi: ‘O que é ser estadunidense ("americano")?’

E, pois que Dr. Diacon, na aula de ontem, complementa: e ‘O que é ser brasileiro?’.

O resultado do nosso breve debate em grupo foi um tanto simples (ou um tanto complicado): descobrimos que, sobre On Being Brazilian, somos de todos os tipos: tipos de raças (miscigenadas!), tipos de crenças, de formas, de gostos, de sabores, de amores (assim diriam alguns emepebistas). Somos de tudo. Mas não sabemos definir objetivamente (e por que a necessidade de uma definição objetiva?) o que, então, é ser brasileiro.

O documentário do Discovery Channel (entre umas alfinetadas e outras) fecha as cortinas do seu palco afirmando que “The American dream is to transform yourself into whatever you want. The Brazilians share that dream, but for them the transformation is often fleeting. One moment of perfection counts for more than a lifetime of quite good. In sport, in art, in business, in life they live for the moment.”. Ou seja, nossa transformação é transitória, momentânea, mas o é tal que comemoramos cada degrau que subimos, seja qual for o caminho a que essa escada levará.

Nisso, enfim, concordamos. Ah! Se concordamos! É tal que concordamos que a comemoração do Carnaval, essa festa por festa, ‘Amanda’, embora realizada das mais diferentes formas (seja com desfile, como samba, axé, praia ou chimarrão), é a nossa maneira de viver. Onde o pobre vira rei e o rico desce a ladeira como folião. Desce, sobe.

E quanto à primeira pergunta?

Seguimos levando a vida aqui no Tennessee buscando descobrir o que é ser estadunidense.

Porque brasileiro acredito que já descobrimos. É ser. SER. Somos brasileiros. Somos.



PS.: Uma foto com a nossa host Amanda na ida às Twin Falls, TN.