domingo, 17 de fevereiro de 2013

As pessoas

Por Pedro Delfino- Minas Gerais/ Belo Horizonte                       
       A nossa viagem chega ao fim e muitas lembranças boas vêm a nossa mente. No entanto, existe um fato que se destaca: as pessoas.  Primeiramente, gostaria de falar do nosso grupo que, apesar de bastante heterogêneo, tornou-se  muito unido. Nos momentos de despedida hoje mais cedo era muito perceptível que existe uma forte ligação emocional entre os membros do nosso grupo.  Lágrimas e emoções rolaram até mesmo no rosto dos mais durões ( eis um deles que  aqui escreve). Vindo de um membro, essa informação talvez pareça meio parcial. No entanto, várias pessoas de fora do grupo, como professores e staffs, elogiaram nosso grupo e falaram da bela relação que tínhamos com nossos pares. Uma relação de respeito, carinho e muita diversão. Foram muitos momentos divertidos que me deixam alegre só de lembrar. A formação desse grupo com certeza é um dos fatores que mais contribuiu para o SUSI ter sido a melhor experiência da minha vida.


                                                       Pessoal  Capitólio- Washington D.C.


       Além dos meus colegas de grupo, também gostaria de ressaltar as pessoas do Tennessee. Antes de a viagem começar, nós recebemos instruções em Brasília sobre como deveríamos nos comportar em relação às saudações e às relações interpessoais.  Aprendemos que deveríamos ter certa cautela com os beijinhos de saudação típicos dos brasileiros e com o respeito ao “espaço individual”. Essas explicações me deixaram com um certo receio de me aproximar de Americanos  e eu formei uma imagem de que eles seriam mais fechados,   mais sérios e menos amigáveis que um brasileiro.

       Bom, a experiência empírica me provou que eu estava errado!  Conforme eu fui conhecendo pessoas no Tennessee, eu fui percebendo o quão abertas, amigáveis, educadas e caridosas elas eram.  Existe sim a questão do espaço individual, os Americanos não se sentem muito confortáveis com saudações de maior contato físico e é considerado como algo significativamente grosseiro um esbarrão, por exemplo. Mas em relação ao que realmente essencial à experiência social, os americanos são muito legais.
                                    

      ( Da esquerda pra direita ) Kate Mcgregor, Claudio, Macho ( Pedro Teles), Laura Powell, Eu e Paula no farewell dinner de despedida.  Cool American friends !

           Uma boa forma de comprovar essa abertura dos Americanos era o que eu costumava fazer no almoço. Ao invés de sentar com os meus amigos brasileiros, eu ia em direção a uma mesa com americanos, explicava que era um estrangeiro em um curto programa de intercambio, mencionava meu desejo de conhecer mais pessoas e perguntava se eu poderia me juntar a eles para almoçar. Em absolutamente todas as vezes que eu fiz isso, eu fui bem recebido. Além de me aceitarem, em todas as vezes eu tive conversas produtivas. Aliás, é interessante mencionar que eu fiquei impressionado com o que a galera do Tennessee sabia do Brasil. Os que conheciam bem nosso país não eram maioria, mas os que sabiam algo do Brasil mostraram um conhecimento significativo, falando um pouco de português,  tendo visto os dois filmes Tropa de Elite, conhecendo músicas (destaque pra Michel Teló), sabendo os nomes dos times de futebol e houve  um que sabia até histórias do Período Joanino, período que um número expressivo de brasileiros não sabe explicar o que foi.

       O meu amigo  Eddie Kombie. Estudante de engenharia ambiental, descendente de imigrantes do Quênia. Ele está aprendendo português desde Agosto, estudou o Pantanal e conhecia o Período Joanino. Ah e ele sabia que Buenos Aires é na Argentia, e não no Brasil !   
       
        Essa atitude contribuiu para a quebra de dois mitos: o de que o americanos são fechados e o de que os americanos não sabem nada do Brasil. Além disso, minha experiência reforça  a Southern Hospitality, a fama de que nos Estados do Sul do EUA as pessoas são gentis e abertas.  Apesar de simples, a atitude do almoço me ajudou a ter contato com americanos normais, contribuindo para que eu fizesse amizades e incrementando meus estudos sobre os EUA. Isso mesmo, eu realmente considero que essa experiência social tem um papel fundamental no meu esforço em entender melhor o Tio Sam, uma vez que para se entender um país é preciso ir além dos livros e entender as pessoas.

                                     
        Eu e meu amigo Matt Harp. A camisa do Galo Doido ( Atlético Mineiro) pela camisa de treino que só os jogadores do time de soccer da UTK têm acesso. Ele conhecia os times brasileiros e os jogadores ! Aliás, melhor até do que alguns de meus colegas brasileiros haha

         Várias pessoas que conheci nessa viagem são interessantíssimas. É uma pena que eu não vá conviver mais diariamente com elas.  Entretanto, as conversas e os risos que eu tive já me transformaram. E isso eu vou carregar pra sempre.  O meu sentimento atual é de gratidão e de saudosismo. Obrigado a todos os que contribuíram para essa experiência. Ela foi tão boa que mesmo poucas horas após o seu término eu já sinto saudades !     

2 comentários:

  1. Pedro, esse é um dos "efeitos colaterais" desejados -- o forte laço que se forma no grupo. Parabéns para o post.

    O que eu quero te dizer é que essa experiência não termina aqui -- na verdade foi o primeiro contato. A amizade que se formou não se desfará nunca. Vocês ainda vão se encontrar, vão se corresponder, e quando precisarem de um amigo, saberão a quem recorrer. É muito bom.

    Faço votos de muito sucesso não só a você como aos outros 19 que participaram dessa "aventura"!

    Não sumam!

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  2. Obrigado pelo comentário Vera, fico feliz que você gostou. Eu realmente espero manter contato com esse pessoal, a turma é muito boa ! Tentaremos não sumir, já estamos planejando o reencontro, a briga entre os vinte líderes agora é em qual estado ele vai ser hahaha. Minas mantêm a tradição de segundo maior colégio eleitoral, com 3 dos 20 votos haha. Abraço !

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